Nuvem de gafanhotos: praga exige monitoramento

A nuvem de gafanhotos que chegou à Argentina e se aproxima do Brasil preocupa pesquisadores e autoridades brasileiras por ser uma praga ainda pouco conhecida e que é capaz de causar danos enormes às lavouras agrícolas.
 
Antes de chegar à Argentina, a nuvem de gafanhotos passou pelo Paraguai e, por lá, destruiu plantações de milho. De acordo com monitoramento da Argentina, os insetos devem seguir em direção ao Uruguai.
 
Segundo o entomologista e pesquisador da Embrapa Soja, de Londrina (PR), Adeney de Freitas Bueno, uma forma de combater a nuvem de gafanhotos é utilizar inseticidas específicos nas plantações para matar os insetos.
 
Já para prevenir esse estrago no longo prazo, a saída, segundo Bueno, é fazer um uso racional dos agrotóxicos e manejo integrado de pragas e doenças.
 
Segundo o Ministério da Agricultura do Brasil, esses insetos estão no país desde o século 19 e causaram grandes perdas às lavouras de arroz na região Sul do país nas décadas de 1930 e 1940. Mas as nuvens não se formam desde então.
 
"(A praga) Tem permanecido na sua fase 'isolada', que não causa danos às lavouras, uma vez que não forma as chamadas 'nuvens de gafanhotos'. Recentemente, voltou a causar danos à agricultura na América do Sul, em sua fase gregária (formação de nuvens)", afirmou o ministério.
 
Os insetos têm um mecanismo genético de gregarismo, ou seja, vivem em grupos, agregados. É um comportamento natural dos gafanhotos viverem próximos, inclusive para facilitar a reprodução.
 
Após esse ciclo de expansão, a tendência é que os insetos se dispersem e o nível populacional se estabilize. Os gafanhotos podem viver de meses até um ano, tudo varia conforme a espécie, o clima e as condições do enxame.
 
A nuvem consegue se deslocar rapidamente, cerca de 150 km por dia, o que reforça a necessidade de monitoramento de autoridades e produtores rurais.
 
Fonte: G1 Portal de Notícias
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